MDE EM ZONAS COSTEIRAS: ALGUNS DESAFIOS - NARCÉLIO DE SÁ GEOTECNOLOGIAS

MDE em zonas costeiras: Alguns Desafios

Journal of Coastal Research

A criação de MDE (Modelos Digitais de Elevação) e os desafios de sua utilização em Zonas Costeiras foi tema de um artigo publicado no Journal of Coastal Research , nesse mês de Setembro.

Os MDE suportam uma ampla variedade de usos, incluindo modelagem de processos de superfície, mapeamento de habitat e de planejamento de conservação, alterações costeiras e mudança de terreno e visualização e exploração da Terra em três dimensões.

No artigo os pesquisadores ,Barry W. Eakins e Pamela R. Grothe, discutem a complexidade de se integrar dados batimétricos e topográficos para criar MDE costeiros.

Já que a princípio estes modelos podem conter desvios significativos da superfície que se destina a representar, o que poderia reduzir a sua utilidade.

MDE exemplo
Exemplo de deformação topográfica introduzida pelo modelo de interpolação. Em (A) temos uma imagem colorida com base do modelo GEBCO, com 90 metros de resolução, ao longo da costa noroeste da Islândia. Como esse é um modelo batimétrico existe uma extrapolação da área continental, devido a pobreza de dados de altitude positiva. E em (B) temos a mesma área com a inclusão de dados do modelo ETOPO1, também com 90 metros de resolução. O resultado da interpolação dos dois modelos resulta em uma representação mais fidedigna da zona costeira.

Desafios mais comuns na construção de MDE em zona costeiras:

Os autores identificaram os desafios mais comuns na construção de MDE em zona costeiras e apresentam algumas soluções. Os desafios foram agrupados em seis categorias gerais: (1) dados de origem, (2) processamento dos dados, (3) desenvolvimento do modelo, (4)avaliação do modelo, (5) alterações morfológicas, e (6) incerteza do modelo.

Os pesquisadores finalizam propondo algumas práticas que ajudam a melhorar a acurácia e utilidade do MDE, dentre elas: Inspeção visual de dados de origem em um sistema de informação geográfica (SIG); estabelecimento de pontos de referência horizontais e verticais comuns e a quantificação da incerteza do MDE ao nível da célula são algumas dessas ações a serem tomadas.

Para os pesquisadores que estão trabalhando com zona costeira o artigo pode ser uma excelente referência. Ainda mais para os que estão trabalhando com delimitação de linha de costa via modelos tridimensionais, por exemplo.

Saiba mais:

O artigo completo pode ser acessado no site da publicação, em:
http://www.jcronline.org/doi/abs/10.2112/JCOASTRES-D-13-00192.1

ETOPO1 Global Relief Model: http://www.ngdc.noaa.gov/mgg/global/global.html

GEBCO (General Bathymetric Chart of the Oceans): http://www.gebco.net


Fonte: www.gisandscience.com em 22 /09/2014 por MATT ARTZ

Narcélio de Sá

Geógrafo, Nerd-GeoGeek. Integrante da comunidade QGISBrasil, OSMBrasil e apaixonado por Open-Source & Open-Data.