O quebra-cabeça de Mercator

Com o Google Mapas tornou possível visitar todos os cantos da Terra, seja por imagens de satélite ou ao nível do solo com o Street View. Você ainda pode obter distâncias e direções e assim por diante. No entanto, apesar de toda a tecnologia e os avanços, o Google Maps ainda tem um grande problema, como qualquer outro mapa, ele não é preciso.

Mas calma, antes de abandonar o serviço da gigante da Mountain View vamos entender onde mora o erro do Maps. Uma dica ele atende por Mercator, ou “o cara que ama a Groenlândia”

Entendendo a problemática das projeções:

Projeção azimutal
Projeção azimutal

A Terra é (quase) uma esfera, mas a maioria dos mapas são planos. Para retirar a superfície de uma esfera e apresentá-la como uma superfície plana significa que você tem que estende a superfície, matematicamente, sobre um plano. Mas isso tem um preço a se pagar já que é impossível mostrar uma superfície esférica em um plano. É por isso que todos os mapas planos são aproximações, ou projeções, da Terra redonda. Existem várias projeções, cada uma servindo para um propósito específico, sendo algumas melhores do que outras.

Cartógrafos do mundo inteiro discutem sobre qual projeção é a melhor, da mesma forma que os fanboys da Apple e do Android disputam pelo melhor sistema móvel ou os fanboys dos sistemas Windows e Linux pelo melhor sistema operacional.

Mas se há uma coisa que eles concordam é que a projeção de Mercator é uma das piores. Ironicamente, ela é a mais popular e é a que as pessoas mais estão acostumadas. A projeção de Mercator é tão difundida que faz com que um mapa elaborado em outra projeção pareça errado.

Para lhe dar uma ideia de quão imprecisa a projeção Mercator é ,no que se refere a representação de áreas e formas, um desenvolvedor criou um quebra-cabeça em cima do Google Maps. Lembrando que o Google utiliza a projeção de Mercator nos seus mapas.

O quebra-cabeças é bem divertido, você só tem que coincidir cada contorno apresentado, em vermelho, com o país a que ele pertence. Até ai nada demais, só que por conta da distorção causada pela projeção o desafio pode ser mais difícil do que parece, e você certamente vai ter algumas surpresas. Entre elas, como não deixaria de ser, a Groenlândia que realmente não é tão grande quanto parece.

Porém o jogo não foi desenvolvido somente com essa finalidade. Lucas Mahe, seu criador, desenvolveu a ferramenta para mostrar o novo recurso da API do Google Maps o “Draggable Polygons” , polígonos arrastáveis em uma tradução rápida.

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Via: La Cartoteca

 

Narcélio de Sá

Geógrafo, Nerd-GeoGeek. Integrante da comunidade QGISBrasil, OSMBrasil e apaixonado por Open-Source & Open-Data.